O único problema com a tristeza, com o desespero, com a raiva, com a falta de esperança, com a ansiedade, com a angústia, com a infelicidade, é que você quer se livrar dessas emoções. Essa é a única barreira.
Você terá de conviver com elas. Não pode fugir, simplesmente.
Elas são situações nas quais sua vida tem de se integrar e crescer. São desafios da vida. Aceite-as. Elas são bênçãos disfarçadas. Se você fugir delas, se quiser se livrar delas de algum jeito, você criará problema – pois, quando quer fugir delas, você não olha para elas diretamente.
Uma estrela da Broadway estava visitando alguns amigos quando, como de costume, a conversa começou a girar em torno da psiquiatria. "Devo dizer", disse a anfitriã, "que o meu analista é o melhor que existe! Você não pode imaginar o que ele fez por mim. Você tem de conhecê-lo".
"Mas eu não preciso de analista", disse a estrela. "Eu não poderia ser mais normal – não há nada de errado comigo". "Mas é simplesmente fabuloso", insistiu a amiga, "ele encontrará alguma coisa errada em você".
Existem pessoas que sempre encontrarão alguma coisa errada em você. O segredo da profissão delas é descobrir o que há de errado em você. Elas não podem aceitá-lo como você é; elas dão a você ideais, ideias, ideologias, e farão com que se sinta culpado, uma pessoa imprestável, sórdida.
Elas farão com que você se sinta tão condenável, aos seus próprios olhos, que você esquecerá tudo sobre liberdade.
Na verdade, você passará a ter medo da liberdade, pois verá o quanto você era ruim, o quanto estava errado – e, se for livre, você acabará fazendo alguma coisa errada, então é melhor seguir alguém. O padre depende disso, o político também. Eles mostram a você o certo e o errado, ideias fixas, e então você passa a viver com culpa para sempre.
Eu digo a você: não existe nada que seja certo e nada que seja errado.
Se você está com raiva, o padre lhe dirá que isso não está certo, você não pode ficar com raiva. O que você faz, então? Você pode reprimir a raiva, sentar-se sobre ela, engoli-la, literalmente, mas ela continuará em você, no seu organismo.
Engula a raiva e você terá úlceras no estômago; engula a raiva e, mais cedo ou mais tarde, você terá câncer. Engula a raiva e você criará um milhão de problemas, porque a raiva é venenosa. Mas o que você faz? Se está errado, você engole.
Eu não digo que a raiva seja errada, eu digo que a raiva é energia – energia pura, uma bela energia. Quando ela irromper, preste atenção e veja um milagre acontecendo. Quando ela irromper, preste atenção e, se fizer isso, ficará surpreso; você terá uma surpresa – a maior da sua vida: descobrirá que, se prestar atenção nela, ela desaparece.
A raiva é transformada. Ela vira energia pura; vira compaixão, vira perdão, vira amor. E você não precisa reprimi-la, por isso não terá de levar consigo esse veneno. E você não ficará com raiva, por isso não ofenderá ninguém.
Ambos são salvos: o outro, o objeto da sua raiva, e você mesmo. No passado, ou o objeto da raiva estaria sofrendo ou então você.
O que eu estou dizendo é que não é preciso que ninguém sofra. Basta que você preste atenção, fique consciente. A raiva surgirá e será consumida pela consciência. A pessoa não pode ter raiva se está consciente, não pode ter ganância se está consciente e não pode ter inveja se está consciente.
A consciência é a chave de ouro.
Extraído do livro "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo"
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
Bem dentro de mim! - por Ankur (Autor)
Ontem eu estava escutando um CD que não ouvia há pelo menos 10 anos.
A certa altura, ouvi:
"Já dei mil voltas pela cidade... Achei toda a força de verdade bem dentro de mim."
... e sorri!
Que simplicidade mais rica!
O homem tem esse desvio natural, que faz parte de sua odisséia, de ficar procurando satisfação no lado de fora. Vive projetando suas expectativas em coisas externas: pessoas, bens, negócios, aprendizados, conquistas...
... e só quando ele compreende que a real satisfação não se encontra em "nenhum lugar" (após diversas desilusões) que ele começa a apontar para outra direção: para dentro!
É por isso que os ricos são mais espiritualizados que os pobres (apesar de não ser regra absoluta). Os ricos já procuraram em todos os lugares... já viajaram para todos os cantos do mundo, já possuíram diversos bens, já conquistaram fama, viveram situações inusitadas, conquistaram diversos feitos... e nada os satisfez de verdade.
Agora eles começam a compreender que nada que vem do lado de fora pode trazer aquilo que eles realmente buscam...
O pobre ainda sonha em ser rico, sonha com a ilusão de que quando ficar rico conquistará essa satisfação (que o rico vê que não encontrou). Ele ainda está na etapa anterior à que está o rico... ele ainda precisa ficar rico para então se desiludir.
Claro que pessoas espertas não esperam muitas frustrações para aceitar o fato. Basta observar algumas situações de expectativas->frustração para perceber o quanto a satisfação que o mundo exterior te oferece é fugaz, limitada, passageira, frágil.
E quando você tem um mínimo vislumbre do que brota do lado de dentro, a busca acaba! Você encontrou a fonte de toda a vida, de toda a paz, de toda a beleza!
Agora, tudo o mais é secundário... servem para celebrar a felicidade que vem de dentro de você. Não são mais meio... apenas fazem parte do fim! Fazem parte do "festejo"!
E o ponto de maior dificuldade para isso tem sido descobrir o lado de dentro... o que ele significa e como encontrá-lo?
Aonde fica o dentro? Dentro do corpo? Dentro dos seus pensamentos? Dentro dos seus sonhos? Dentro da "sua personalidade"? Ou dentro daquilo que é anterior a tudo que é visível? Que vem antes do corpo, antes dos pensamentos... que observa silenciosamente todas essas coisas?
Encontre o dentro! Essa é a "pegadinha" da vida!
A certa altura, ouvi:
"Já dei mil voltas pela cidade... Achei toda a força de verdade bem dentro de mim."
... e sorri!
Que simplicidade mais rica!
O homem tem esse desvio natural, que faz parte de sua odisséia, de ficar procurando satisfação no lado de fora. Vive projetando suas expectativas em coisas externas: pessoas, bens, negócios, aprendizados, conquistas...
... e só quando ele compreende que a real satisfação não se encontra em "nenhum lugar" (após diversas desilusões) que ele começa a apontar para outra direção: para dentro!
É por isso que os ricos são mais espiritualizados que os pobres (apesar de não ser regra absoluta). Os ricos já procuraram em todos os lugares... já viajaram para todos os cantos do mundo, já possuíram diversos bens, já conquistaram fama, viveram situações inusitadas, conquistaram diversos feitos... e nada os satisfez de verdade.
Agora eles começam a compreender que nada que vem do lado de fora pode trazer aquilo que eles realmente buscam...
O pobre ainda sonha em ser rico, sonha com a ilusão de que quando ficar rico conquistará essa satisfação (que o rico vê que não encontrou). Ele ainda está na etapa anterior à que está o rico... ele ainda precisa ficar rico para então se desiludir.
Claro que pessoas espertas não esperam muitas frustrações para aceitar o fato. Basta observar algumas situações de expectativas->frustração para perceber o quanto a satisfação que o mundo exterior te oferece é fugaz, limitada, passageira, frágil.
E quando você tem um mínimo vislumbre do que brota do lado de dentro, a busca acaba! Você encontrou a fonte de toda a vida, de toda a paz, de toda a beleza!
Agora, tudo o mais é secundário... servem para celebrar a felicidade que vem de dentro de você. Não são mais meio... apenas fazem parte do fim! Fazem parte do "festejo"!
E o ponto de maior dificuldade para isso tem sido descobrir o lado de dentro... o que ele significa e como encontrá-lo?
Aonde fica o dentro? Dentro do corpo? Dentro dos seus pensamentos? Dentro dos seus sonhos? Dentro da "sua personalidade"? Ou dentro daquilo que é anterior a tudo que é visível? Que vem antes do corpo, antes dos pensamentos... que observa silenciosamente todas essas coisas?
Encontre o dentro! Essa é a "pegadinha" da vida!
terça-feira, 4 de setembro de 2012
A essência do zen, conto zen
Conta-se a respeito de um mestre budista iluminado que estava sentado à margem de um rio numa tarde, apreciando o gorgolejar da água, o som do vento assobiando entre as árvores...
Um homem veio e perguntou a ele: — Você pode sintetizar numa única palavra a essência da sua religião?
O mestre permaneceu em profundo silêncio, como se não tivesse ouvido a pergunta.
O homem então disse: — Você é surdo ou o quê?
O mestre respondeu: — Eu ouvi a sua pergunta e a respondi também! O silêncio é a resposta. Eu fiquei em silêncio... essa pausa, esse intervalo, foi a minha resposta.
O homem disse: — Não consigo entender uma resposta tão misteriosa. Você não pode ser um pouco mais claro?
Então o mestre escreveu na areia "meditação", com letrinhas pequenas, usando o próprio dedo.
O homem disse: — Posso ler agora. Ficou um pouco melhor do que a princípio. Pelo menos eu tenho uma palavra sobre a qual refletir. Mas você não pode deixar um pouquinho mais claro?
O mestre escreveu novamente "meditação". Claro que dessa vez ele escreveu em letras maiores.
O homem ficou meio embaraçado, intrigado, ofendido, com raiva. Então disse: — Mais uma vez você escreve meditação? Não pode deixar um pouco mais claro para mim?
E o mestre escreveu em letras ainda maiores, em maiúsculas: "MEDITAÇÃO".
O homem disse: — Você parece louco!
O mestre respondeu: — Eu já fui longe demais. A primeira resposta estava certa, a segunda não estava tão certa, a terceira estava ainda mais errada, a quarta já estava completamente errada.
Pois, quando você escreve "MEDITAÇÃO" com letras maiúsculas, você faz dela um deus. É por isso que a palavra "Deus" se escreve com D maiúsculo. Sempre que você quiser fazer de algo uma coisa suprema, definitiva, você escreve com letras maiúsculas.
O mestre disse: — Eu já cometi um pecado. — Ele então apagou todas as palavras que escrevera e disse: — Por favor, ouça minha primeira resposta; só assim sou verdadeiro.
Um homem veio e perguntou a ele: — Você pode sintetizar numa única palavra a essência da sua religião?
O mestre permaneceu em profundo silêncio, como se não tivesse ouvido a pergunta.
O homem então disse: — Você é surdo ou o quê?
O mestre respondeu: — Eu ouvi a sua pergunta e a respondi também! O silêncio é a resposta. Eu fiquei em silêncio... essa pausa, esse intervalo, foi a minha resposta.
O homem disse: — Não consigo entender uma resposta tão misteriosa. Você não pode ser um pouco mais claro?
Então o mestre escreveu na areia "meditação", com letrinhas pequenas, usando o próprio dedo.
O homem disse: — Posso ler agora. Ficou um pouco melhor do que a princípio. Pelo menos eu tenho uma palavra sobre a qual refletir. Mas você não pode deixar um pouquinho mais claro?
O mestre escreveu novamente "meditação". Claro que dessa vez ele escreveu em letras maiores.
O homem ficou meio embaraçado, intrigado, ofendido, com raiva. Então disse: — Mais uma vez você escreve meditação? Não pode deixar um pouco mais claro para mim?
E o mestre escreveu em letras ainda maiores, em maiúsculas: "MEDITAÇÃO".
O homem disse: — Você parece louco!
O mestre respondeu: — Eu já fui longe demais. A primeira resposta estava certa, a segunda não estava tão certa, a terceira estava ainda mais errada, a quarta já estava completamente errada.
Pois, quando você escreve "MEDITAÇÃO" com letras maiúsculas, você faz dela um deus. É por isso que a palavra "Deus" se escreve com D maiúsculo. Sempre que você quiser fazer de algo uma coisa suprema, definitiva, você escreve com letras maiúsculas.
O mestre disse: — Eu já cometi um pecado. — Ele então apagou todas as palavras que escrevera e disse: — Por favor, ouça minha primeira resposta; só assim sou verdadeiro.
domingo, 2 de setembro de 2012
Plantando flores, por Osho
Osho, por que você ajuda as pessoas na meditação?
Para mim isso é um prazer. Não faço por nenhuma razão em especial; simplesmente gosto.
Assim como a pessoa que gosta de plantar flores num jardim, esperar até que elas cresçam... quando você floresce, eu fico satisfeito.
É como jardinagem; quando alguém floresce é uma delícia. E eu compartilho desse florescimento.
Não existe nenhum objetivo aqui. Se você não conseguir, não vou ficar frustrado. Se você não florescer, tudo bem, porque esse florescer não pode ser forçado.
Você não pode abrir um botão na marra; você até pode, mas isso só irá matá-lo. Pode até parecer um florescimento, mas na verdade não é.
Extraído do livro "Consciência: a chave para viver em equilíbrio"
Para mim isso é um prazer. Não faço por nenhuma razão em especial; simplesmente gosto.
Assim como a pessoa que gosta de plantar flores num jardim, esperar até que elas cresçam... quando você floresce, eu fico satisfeito.
É como jardinagem; quando alguém floresce é uma delícia. E eu compartilho desse florescimento.
Não existe nenhum objetivo aqui. Se você não conseguir, não vou ficar frustrado. Se você não florescer, tudo bem, porque esse florescer não pode ser forçado.
Você não pode abrir um botão na marra; você até pode, mas isso só irá matá-lo. Pode até parecer um florescimento, mas na verdade não é.
Extraído do livro "Consciência: a chave para viver em equilíbrio"
Beijando sapos, por Osho
Osho, qual é a sua missão aqui?
Qual a minha missão aqui?
Era uma vez um sapo.
Mas ele não era realmente um sapo; era um príncipe que foi transformado em sapo.
Uma feiticeira malvada lançou-lhe um feitiço: somente o beijo de uma donzela poderia salvá-lo.
Mas desde quando meninas bonitas beijam sapos?
E lá ficou ele, pobre príncipe em forma de sapo.
Mas milagres acontecem.
Um dia, uma linda donzela agarrou-o e deu-lhe um beijo estalado. Crash! Bum! Zap! E pronto, ali estava um belo príncipe.
E vocês sabem o resto da história: eles viveram felizes para sempre...
Então qual é a minha missão aqui?
Dar beijos em sapos, é claro.
Qual a minha missão aqui?
Era uma vez um sapo.
Mas ele não era realmente um sapo; era um príncipe que foi transformado em sapo.
Uma feiticeira malvada lançou-lhe um feitiço: somente o beijo de uma donzela poderia salvá-lo.
Mas desde quando meninas bonitas beijam sapos?
E lá ficou ele, pobre príncipe em forma de sapo.
Mas milagres acontecem.
Um dia, uma linda donzela agarrou-o e deu-lhe um beijo estalado. Crash! Bum! Zap! E pronto, ali estava um belo príncipe.
E vocês sabem o resto da história: eles viveram felizes para sempre...
Então qual é a minha missão aqui?
Dar beijos em sapos, é claro.
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